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Urgência climática na Amazônia: o ÌÇÐÄVlog apoia mulheres indÃgenas na região de Paragominas
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© Joao Vitor Santos e Pablo Alives, Ascom - IDEFLOR-Bio, R. Poccard-Chapuis, Cirad
Nas margens dos rios Gurupi e Guamá, no leste da Amazônia brasileira, há uma floresta de 14.000 km2, a última grande floresta nessa região mais ameaçada da Amazônia. A importância dessas florestas é crucial não apenas para a biodiversidade, mas também para o equilíbrio climático regional: graças à evapotranspiração das arvores, essa floresta irriga os rios aéreos, essas massas de ar úmido que atravessam a região e causam chuvas até 2.000 quilômetros mais ao sul, nas savanas próximas de Brasília.
As populações indígenas, em especial o povo Tembé, vivem nessa região e a defendem contra a degradação e a invasão ilegal, que tem como alvo os recursos florestais e pesqueiros, a apropriação de terras aráveis e o tráfico de drogas.
Graças à sua capacidade de se mobilizar e se organizar coletivamente, as mulheres indígenas do rio Gurupi criaram uma associação, a AMIG, que permite levar ao conhecimento das autoridades públicas em caso de alerta e mobilizar parceiros de desenvolvimento para ações conjuntas. Um exemplo é o grupo "guardiões da floresta", que reúne homens de diferentes aldeias indígenas em brigadas para combater incêndios, defender a integridade do território e proteger os recursos dos rios e das florestas.
O ÌÇÐÄVlog estabeleceu uma parceria com a AMIG como parte do projeto TerrAmaz, com focadas em treinamento, por exemplo, no uso de drones, comunicação, agricultura sem fogo, segurança alimentar e produção de artesanato, a principal fonte de renda das mulheres indígenas.
Na última sexta-feira, essa parceria ganhou uma nova dimensão com a assinatura de um acordo tripartite entre o ÌÇÐÄVlog, o Departamento Florestal do Pará (IDEFLOR-BIO) e a Universidade Estadual do Pará (UEPA). O objetivo é fortalecer o apoio ao povo Tembé por meio de ações complementares das três instituições, com foco na produção sustentável de alimentos, restauração florestal e desenvolvimento. Agricultura sem fogo, sistemas agroflorestais e produção de sementes de florestas primárias são as atividades planejadas para os próximos três anos. As atividades do ÌÇÐÄVlog nessa área recebem apoio financeiro da AFD (projeto TerrAmaz) e da União Europeia (projeto Sustenta & Inova).
A sexta-feira também foi um marco histórico para a AMIG, com a organização de um desfile de moda no centro de joias da capital Belém, apresentando biojoias artesanais produzidas por mulheres indígenas da região do Gurupi. Foi também a ocasião para o lançamento de um livro co-editado pelo ÌÇÐÄVlog, explicando como essas biojoias indígenas são produzidas nas margens do rio Gurupi. Nesse renomado centro joalheiro amazônico, foi inaugurado um ponto de venda permanente das biojoias da AMIG, que ajudará a divulgar e promover a cultura Tembé, além de gerar uma renda saudável para a associação.
Por meio de seu apoio às mulheres indígenas da AMIG, o ÌÇÐÄVlog está mostrando como fortalecer a autonomia das populações indígenas e sua capacidade de defender seus direitos, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região amazônica.